Santa Clara
Conheça um pouco mais sobre essa Santa:

História e curiosidades:
Clara de Faverone nasceu nos fins do século XII, provavelmente no dia 13 de Dezembro de 1193. Nasceu em Assis, de uma das mais nobres, ricas e poderosas famílias da cidade. Foi batizada na pia batismal da catedral de São Rufino, onde treze anos antes tinha sido baptizado S. Francisco.
A sua vida cruzou‑se com a de Francisco logo no princípio do movimento franciscano, cuja Forma de Vida foi aprovada pela Santa Sé em 1209. A primeira fraternidade franciscana instalou‑se na Porciúncula em 1210. No ano seguinte, em 1211, Clara juntou‑se aos irmãos. Foi a primeira irmã e seguidora de Francisco, e deu um rosto feminino ao movimento franciscano do qual os dois são fundadores. Desse movimento nasceram três grandes Ordens na Igreja: a Ordem dos Frades Menores, a Ordem das Irmãs Pobres (também conhecida como Ordem de Santa Clara, a maior Ordem contemplativa da Igreja) e a Ordem Franciscana Secular ou Ordem Terceira de S. Francisco, que deu origem a um grande número de congregações franciscanas que formam no seu conjunto a Terceira Ordem Regular. Para as irmãs clarissas de então e de hoje, Clara escreveu uma Regra, que foi aprovada pela Santa Sé em 1253, dois dias antes da sua morte. Foi a primeira mulher a escrever uma regra para a vida religiosa, depois aprovada pela Igreja. Morreu em 11 de Agosto de 1253. O Papa Inocêncio IV presidiu ao seu funeral. Foi canonizada em 1255.
S. Francisco chamava‑lhe “irmã cristã”. De facto, ela foi, acima de tudo, uma cristã que tomou a sério a sua fé, procurando viver o Evangelho com autenticidade e radicalidade. Jesus visitou‑nos como sol que vem do alto, para nos revelar a ternura do nosso Deus. Clara foi atraída e iluminada por esse sol, deixando‑se fascinar pela verdade e pela beleza de um tal amor. Cristo tornou‑se para ela caminho e espelho. A sua vida foi uma contemplação da beleza e formosura de Cristo, “o mais belo dos filhos dos homens”(2CCL 20). Foi na contemplação desse Espelho que Clara descobriu a variedade das virtudes que devem embelezar o cristão. Contemplando nesse Espelho a bem‑aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade, Clara tornou‑se espelho para as suas irmãs e exemplo “para as pessoas que vivem no mundo” (TCL 20). Assim se tornou para toda a Igreja uma mestra da vida espiritual, que marcou a espiritualidade franciscana ao longo dos séculos.
A sua fama estendeu‑se por toda a Igreja, e os cristãos fizeram dela a sua advogada e padroeira, sendo uma das santas mais populares da Igreja.
‑ É padroeira dos vidreiros, dos juízes e das modistas.
‑ É invocada como protetora dos matrimónios estéreis. Os devotos levavam ovos, símbolo da fertilidade, às irmãs clarissas, para pedir orações (devoção fundamentada no PC 16, 4).
‑ Pio XII declarou‑a, em 1958, padroeira da televisão.
‑ No Chile é invocada como Santa Clara dos pobres.
‑ Também é invocada como padroeira dos navegantes e pescadores, devoção que começou em Minorca (Espanha), onde havia um mosteiro de clarissas perto do mar. As irmãs tinham por costume acender uma lâmpada à Virgem no cimo da torre de quatro pisos. Com o correr dos tempos, essa lâmpada foi servindo de farol para os navegantes, que depois dos perigos do mar vinham agradecer ao convento as graças obtidas.
Iconografia
São vários os símbolos iconográficos com que Santa Clara é representada:
1. Báculo: atributo dos bispos, como pastores que guiam, ensina e corrige o rebanho, e que, mais tarde, foi também atribuído aos fundadores de Ordens religiosas.
2. Açucena: símbolo da pureza e virgindade.
3. Palma: símbolo do martírio e de santidade, inspirado em Ap 7, 9, que fala dos santos que levam as suas palmas.
4. Coroa e auréola: atributos de santidade.
5. Livro: símbolo do conhecimento. Clara aparece com o livro do Evangelho e com a Regra, como a significar a sua categoria de fundadora e a primeira mulher que escreveu uma regra.
6. Custódia: recorda o acontecimento da defesa do mosteiro da invasão dos sarracenos (PC 2, 20.
7. Miniatura de S. Damião: representa o convento onde a Ordem das Irmãs Pobres foi fundada.
8. Pão: evoca o facto de S. Damião ser o refúgio dos pobres.